O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que, para cada ano do triênio – 2023 a 2025 – cerca de 10.990 novos casos de câncer de esôfago serão diagnosticados no Brasil. Embora a incidência seja mais alta entre homens, as mulheres também enfrentam o risco, com casos observados em todo o país. Nesse contexto, destaca-se a região sul, onde o câncer de esôfago é o 5º mais frequente entre homens e o 15º entre mulheres.
Os fatores de risco incluem o tabagismo; o consumo excessivo de álcool; a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), que pode causar irritação crônica no revestimento do esôfago. É importante estar atento, ainda, à sensação de azia crônica, que se manifesta como uma “queimação” frequentemente irradiada desde a parte superior do abdômen até a garganta e piora nos períodos noturnos, após as refeições. Obesidade e consumo de dietas pobres em frutas e vegetais e deficiência de ferro também são sinais de alerta.
É fundamental, ainda, estar atento aos sintomas que podem ajudar na detecção precoce do câncer de esôfago. Sinais como dificuldade e dor ao engolir alimentos sólidos, pastosos ou líquidos; perda de peso inexplicável; azia e indigestão persistentes devem ser levados a sério e comunicados a um médico. O diagnóstico precoce é a chave para melhores resultados no tratamento.
Inovações terapêuticas: avanços em direção à precisão e eficácia
A ressecção cirúrgica, a radioterapia e a quimioterapia são, na atualidade, os principais tratamentos para o câncer de esôfago. No entanto, existem avanços promissores nessa área, graças a uma nova abordagem focada em terapias direcionadas. Esses avanços estão lançando uma luz no fim do túnel para pacientes e médicos. Entre essas terapias, destacam-se o cetuximabe e o bevacizumabe, que têm como alvo o receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR) e o fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), respectivamente.
Além disso, outros medicamentos têm emergido como protagonistas nesse cenário. O trastuzumab, por exemplo, foi aprovado pela FDA – agência reguladora americana – como tratamento de primeira linha para câncer HER-2 positivo, enquanto o pembrolizumab, um inibidor de PD-L1, mostrou-se altamente eficaz para pacientes com carcinoma espinocelular de esôfago (ESCC) positivo para PD-L1 ou avançado. Essas inovações representam não apenas novas opções de tratamento, mas também uma mudança fundamental na maneira de enfrentamento ao câncer de esôfago.
A equipe de pesquisadores do NEPI – Mário Penna está comprometida em contribuir com o avanço do conhecimento científico sobre o câncer de esôfago, buscando constantemente novas estratégias para melhorar o diagnóstico e o tratamento dessa doença.
Por: Dra. Izabela Gontijo de Amorim, PHD em Patologia Experimental e Pesquisadora NEPI Mário Penna