De olho na corrida mundial em busca de imunizantes contra o câncer, o Instituto Mário Penna – Ensino Pesquisa e Inovação passa a colaborar neste ano com um estudo que prevê o uso de uma vacina em pacientes oncológicos na etapa de adjuvância (quando é administrado após um tratamento considerado definitivo). A proposta é que esse ensaio clínico, de fase inicial, inclua pacientes com câncer de mama triplo negativo, de forma complementar à cirurgia, radioterapia ou quimioterapia já realizadas por esses pacientes oncológicos. O estudo prevê o uso da vacina associada, ou não, a outras medicações disponibilizadas na pesquisa.

A terapêutica será administrada, periodicamente, por um período de 2 anos, e irá atuar no sistema imune dos pacientes, produzindo anticorpos que causam a morte das células cancerígenas. Os potenciais voluntários do ensaio clínico devem atender a uma série de critérios que garantem a própria segurança das pacientes, bem como aceitar participar por meio da assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, fornecido pela Unidade de “Ensino, Pesquisa e Inovação”. Vale lembrar que este estudo passou pela aprovação da Comissão Nacional em Pesquisa – CONEP e pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Mário Penna (CEP).
O Instituto Mário Penna – Ensino, Pesquisa e Inovação aposta em mais um passo na direção de dados promissores e personalizados, trazidos por técnicas que abrem uma nova perspectiva ao tratamento contra o câncer. Propostas inovadoras podem representar uma melhoria na qualidade de vida dos pacientes, podendo ou não ser aliada a outros medicamentos já disponíveis no mercado. A palavra que move o Instituto Mário Penna é “esperança” e todos os profissionais, pesquisadores e cientistas, se orgulham em apoiar milhares de pacientes e familiares nos momentos mais difíceis de suas vidas.
Informações gerais do estudo:
Este é um estudo de Fase 3, randomizado, aberto, para avaliar prospectivamente a eficácia e segurança do tratamento adjuvante com adagloxad simolenin (OBI 822)/OBI-821 com o tratamento padrão (SOC) em comparação com SOC isolado em pacientes com TNBC Globo-H positivo, em estágio inicial, de alto risco, que se recuperaram da cirurgia e concluíram toda a quimioterapia com múltiplos agentes neoadjuvante e/ou adjuvante planejada. Para mais informações, entre em contato com a Pesquisa Clínica do Instituto Mário Penna no: (31) 3299.9543
Vacinas contra o câncer no mundo
Projetos colaborativos entre Farmacêuticas consolidam a criação de vacinas como, por exemplo, a dos imunizantes utilizados na pandemia do Coronavírus. As indústrias demonstram ao mundo que há tecnologia para trabalhar em novos projetos. Recentemente algumas empresas noticiaram que estão trabalhando no desenvolvimento de um imunizante para combater o câncer de pele tipo melanoma, em estágios III e IV da doença. A etapa de desenvolvimento do imunizante já se encontra em fase de ensaio. Até o momento, os resultados encontrados são promissores e a droga demonstrou ser segura o suficiente para que as pesquisas continuem avançando na captação de mais voluntários.
Outros estudos de vacina contra o câncer também estão em desenvolvimento na Universidade de Montreal, no Canadá. Esse imunizante, cujo método permite que as células cancerígenas sejam atacadas sem afetar as células saudáveis, está em fase de aprimoramento, em que um vírus modificado (Oncolíticos) infecta a célula doente e a elimina. O método demonstrou ser eficaz nos estudos de fase I, em camundongos. No entanto, ainda existe um longo caminho a ser percorrido para se propor estudos com voluntários, de forma segura.
Conheça ainda a história da vacinação no país
A multivacinação foi incorporada no Brasil no ano de 1973. Já no ano de 1980 foi criada a vacinação em massa – como plano em Saúde –, assim como os dias nacionais de vacinação. Sete anos depois, em 1987, foi transmitida, pela primeira vez em rede nacional, a Campanha com a personagem “Zé Gotinha” e, desde então, o Brasil passa a ser considerado, mundialmente, como um modelo de proposta de erradicação das doenças evitáveis por imunização.
Nos anos de 1990 os casos de doença imunoprevenível param de ser registrados no Brasil, principalmente as enfermidades que acometiam o público infanto-juvenil. A assistência à criança passa a ser prestada no país desde o pré-natal da mãe, passando pelo nascimento do bebê, até chegar à vida adulta e, a partir de então, aos cuidados com a saúde foi incorporado o direito às vacinas.
O quadro vacinal do país visa reduzir a morbidade e a mortalidade da população. Todo o âmbito do Programa Nacional de Imunizações (PNI), desde o Calendário Nacional de Vacinação, o Calendário Nacional de Vacinação dos Povos Indígenas, às Campanhas Nacionais de Vacinação, segue uma diretriz de Saúde Pública recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil são mais de 35 mil postos de distribuição com 44 imunobiológicos (sendo: 27 vacinas e 17 soros) oferecidos gratuitamente à população. Seis dessas 27 vacinas são aplicadas no período da infância, o que corresponde a, aproximadamente, doze doenças prevenidas ao longo da vida.
Em decorrência da atual pandemia da Covid-19, a aplicação de mais uma vacina passa a fazer parte do calendário vacinal de 2023, para adultos e crianças, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Agências reguladoras e especialistas apontam que os benefícios da vacinação contra Covid superam eventuais riscos. De modo geral, especialistas apontam que a vacinação fortalece a imunidade do corpo . Para a Associação Brasileira dos Profissionais em Controle de Infecções e Epidemiologia Hospitalar (ABIH) a vacinação é uma estratégia coletiva de tentar reduzir a circulação do vírus, bem como de minimizar os efeitos de endemias e pandemias.