O Instituto Mário Penna avança em todas as frentes no combate ao câncer de mama, trazendo técnicas que abrem uma nova perspectiva ao tratamento, não poupando esforços para oferecer a melhor assistência da prevenção, diagnóstico e tratamento até a cura. Cada paciente que vence a jornada de tratamento, reflete todos os profissionais da saúde, pesquisadores e cientistas envolvidos no desejo de preservar a vida com qualidade.
Além de atuar ativamente na prevenção durante o mês de outubro, a instituição também busca inovação nos métodos de tratamento do câncer de mama. A Pesquisa Clínica do Núcleo de Ensino, Pesquisa e Inovação – NEPI – em parceria com a Indústria farmacêutica, desenvolveu um protocolo de pesquisa com foco em pacientes com câncer de mama triplo negativo.
O que é triplo negativo? Para confirmar se um nódulo suspeito é benigno ou maligno, precisamos realizar a biópsia e o exame anatomopatológico, por onde o médico patologista irá dizer se as células que ele viu estão normais ou se estão alteradas, indicando uma neoplasia. Além disso, é necessário estudar as proteínas presentes nessas células, por meio do exame de imuno-histoquímica, que irá ajudar o mastologista e o oncologista a determinar o tipo de tratamento a ser oferecido, quimioterápico ou hormonal, associado ou não a cirurgia e radioterapia.
Os casos em que o resultado da imuno-histoquímica é triplo negativo, refere-se à ausência das proteínas receptoras dos hormônios estrogênio, progesterona e do fator HER2, fazendo com que esta paciente não seja candidata ao tratamento hormonal. Espera-se que a conciliação da vacina com os tratamentos já disponibilizados aumente o tempo livre de doença e a qualidade de vida dessas mulheres.
O tratamento oferecido pelo estudo, prevê o uso de uma vacina em pacientes com o diagnóstico de forma complementar ao tratamento definitivo. A proposta é que esse ensaio clínico, de fase inicial, inclua pacientes com câncer de mama triplo negativo, de forma complementar à cirurgia, radioterapia ou quimioterapia já realizadas por essas pacientes. O estudo prevê o uso da vacina associada, ou não, a outras medicações disponibilizadas na pesquisa.
A terapêutica será administrada, periodicamente, por um período de 2 anos, e irá atuar no sistema imune dos pacientes, produzindo anticorpos que causam a morte das células cancerígenas. O recrutamento das participantes já começou nos ambulatórios da oncologia e mastologia do Hospital Luxemburgo. Atualmente, a pesquisa conta com 7 pacientes que assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido fornecido pelo NEPI. Vale lembrar que este estudo passou pela aprovação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa – CONEP e pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Mário Penna.
Texto com base na entrevista com: Cintia Lima | Gerente da Pesquisa Clínica do NEPI