Especialmente em oncologia, a pesquisa básica e translacional caminham juntas com o objetivo de avançar nas descobertas do laboratório da “bancada para o leito” (bench to bedside) e promover melhoria nos desfechos clínicos e qualidade de vida dos pacientes diagnosticados com essa doença.
Enquanto a pesquisa básica sobre o câncer está focada na descoberta de detalhes fundamentais da biologia dos tumores, como novos mecanismos de regulação de genes, mutações ou processos bioquímicos. A pesquisa translacional visa a aplicabilidade e transferência dos achados básicos para os pacientes.
Nessa linha de pesquisa investigamos os mecanismos moleculares e imunológicos que controlam a progressão neoplásica e a metástase. Nosso objetivo é identificar biomarcadores com potenciais para diagnóstico, prognóstico e/ou terapêutico.
A abordagem utilizada se concentra em três técnicas: imunohistoquímica, imunofluorescência e citometria de fluxo.
Utilizando anticorpos específicos, empregamos as técnicas de imunohistoquímica e/ou imunofluorescência direta ou indireta para identificação de células imunológicas e outros alvos neoplásicos. Estes anticorpos, quando conjugados a polímeros ou moléculas fluorescentes, nos permitem visualizar as células imunomarcadas em microscopia de luz e de fluorescência.
A segunda estratégia é a imunofenotipagem realizada através da citometria de fluxo. Esta técnica consiste na identificação de populações de células através de seus receptores, buscando identificar o tipo exato de célula que compõe determinada amostra biológica, permitindo estudos que definem o conteúdo de células do sistema imune e tumorais.
A imunofenotipagem é realizada a partir da análise de uma amostra coletada do paciente, que pode ser o sangue ou líquido da medula óssea – os mais comuns – e, em menor frequência, tecidos coletados para biópsia e possibilita a análise simultânea de múltiplos parâmetros de uma célula ou partícula. O citômetro de fluxo é capaz de analisar várias partículas em cada segundo em “tempo real” e pode, ativamente, separar e isolar partículas com propriedades específicas.
Em oncologia, a imunofenotipagem é aplicada para a pesquisa e diagnósticos mais precisos de inúmeros tipos de câncer, dentre eles leucemias, linfomas e alguns tumores. Além disso, auxilia na escolha do tratamento, prognóstico, acompanhamento da progressão da doença e resposta à terapêutica (Monitoramento de Doença Residual Mínima – DRM). A grande vantagem é a capacidade de avaliar, em curto espaço de tempo, grande número de células com alta sensibilidade e especificidade, proporcionando em seus resultados informações suficientes para diagnósticos precisos sem a necessidade de outros exames.
Esta linha de pesquisa tem por objetivo desvendar desordens genéticas e/ou epigenéticas que resultam em uma expressão gênica alterada, que por sua vez refletem alterações em vias metabólicas que levam a um descontrole celular, o que caracteriza o processo de tumorigênese. Bem como, traduzir os resultados obtidos nessas pesquisas para prática clínica, possibilitando novas aplicações da genômica como testes de utilidade clínica para prevenção, rastreamento e tratamento mais efetivo dos pacientes.
O sequenciamento de nova geração (NGS) tem sido a principal ferramenta utilizada nas investigações científicas do laboratório para a realização de:
- Sequenciamento de Exoma: sequenciamento de todos os exons do genoma humano, que correspondem às regiões codificadoras de todos os genes.
- Sequenciamento de Paineis gênicos: sequenciamento de um conjunto de genes associados com uma determinada suspeita diagnóstica.
- RNA-Seq: Sequenciamento em larga escala de RNAs codificadores e não codificadores. Fornece o perfil global de expressão gênica e detecção de transcritos pouco expressos.
Essa abordagem permite grandes avanços no sentido de se conhecer melhor as alterações presentes na estrutura do DNA e RNA relacionadas à transformação celular, ao desenvolvimento, crescimento tumoral e metástases. Esse conhecimento revela vias gênicas ativadas e inativadas nos tumores e mecanismos genéticos envolvidos na resistência a tratamentos que podem ser usados como marcadores moleculares para a prevenção, diagnóstico e o tratamento do câncer dentro de uma estratégia de medicina personalizada aplicada à oncologia.
Desta forma, a perspectiva desta proposta de pesquisa é prover soluções com foco na superação de desafios tecnológicos envolvidos na geração de produtos de origem biotecnológica para a saúde no Brasil, gerando inovação através da pesquisa básica, aplicada e translacional, que venha a contribuir para diminuir a dependência externa de produtos e tecnologias.
Pesquisadores e técnicos
- Paulo Guilherme de Oliveira Salles, http://lattes.cnpq.br/2355566314057679
- Letícia da Conceição Braga, http://lattes.cnpq.br/9979493696239511
- Larissa Soares Campos, http://lattes.cnpq.br/4314391286267804
- Fábio Ribeiro Queiroz, http://lattes.cnpq.br/0132010906807793
- Luciana Werneck Zuccherato http://lattes.cnpq.br/0519017511517081
- Tálita Pollyanna Moreira dos Santos http://lattes.cnpq.br/4841582873689072
- Ana Paula Alvares da Silva Ramos http://lattes.cnpq.br/6667611854415912
Alunos de Pós-graduação
- Thayse Batista Moreira, http://lattes.cnpq.br/9676392944739840
- Adriana Jacaúna de Oliveira http://lattes.cnpq.br/9031901282134953
- Francine Barros de Oliveira http://lattes.cnpq.br/8977715656527656
Alunos de Iniciação científica
- Erick de Matos Santos http://lattes.cnpq.br/9856468347914314
- Anna Carolina Tavares de Oliveira http://lattes.cnpq.br/9877230561950118
- Rafaela Lopes Figueiredo de Andrade http://lattes.cnpq.br/8572470354178447
- Sofia Godinho Dias de Souza http://lattes.cnpq.br/4620683153203359
Imagem: Equipamento Ion Chef para sequenciamento de “Next Generation”.
O Laboratório de Pesquisa Translacional conta com três plataformas:
(1) A plataforma de Imunohistopatologia é equipada com microscópios óptico de luz e de epi-imunofluorescência [Nikon Eclipse Ci]
(2) A plataforma de Citometria de fluxo com dois citômetros [FACScelesta e FACScanto II]
(3) A plataforma de Biologia Molecular com três sequenciadores de nova geração [Ion Torrent PGM, Nextseq e Miniseq], além de equipamentos para quantificação e análise de integridade de ácidos nucléicos, equipamentos para PCR quantitativa em tempo real e convencional.
Para informações sobre as atividades de pesquisa básica ou translacional, projetos em andamento e novos projetos, entre em contato pelo e-mail: [email protected]