Dia 17 de novembro é reconhecido mundialmente como o Dia de Combate ao Câncer de Próstata. A data reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce dessa doença que afeta milhares de homens todos os anos.
O laboratório de Pesquisa Translacional do Instituto Mário Penna trabalha intensamente para transformar descobertas científicas em novas abordagens terapêuticas. Assim, a pesquisa translacional funciona como uma ponte entre o laboratório e a prática clínica, permitindo a criação de tratamentos mais eficazes e personalizados. Esses avanços beneficiam diretamente pacientes com câncer de próstata e trazem um impacto positivo na saúde masculina.
O câncer de próstata é o segundo câncer mais comumente diagnosticado e a quinta principal causa de morte por câncer entre homens em todo o mundo, representando a principal causa de morte por câncer em 48 países. No Brasil, a doença tem alta incidência, com cerca de 71.730 novos casos anuais estimados para o triênio de 2023 a 2025, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Isso representa aproximadamente 67,86 casos a cada 100 mil homens, sendo a segunda neoplasia mais frequente entre homens brasileiros, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. A maior concentração de casos está nas regiões sudeste e nordeste, refletindo o envelhecimento populacional e o impacto do rastreamento com PSA (antígeno prostático específico).
Os principais fatores de risco incluem idade avançada, etnia negra e histórico familiar. Outros fatores como obesidade, sedentarismo, diabetes mellitus e dieta rica em carnes processadas e vermelhas, também aumentam o risco de desenvolver a doença. Os sintomas mais comuns são fluxo urinário fraco e micção frequente, embora esses sinais também possam estar relacionados a outras condições prostáticas.
Diagnóstico Precoce e Acompanhamento
O diagnóstico precoce do câncer de próstata envolve o toque retal, o exame de PSA e, em alguns casos, a biópsia.
Toque Retal: Avalia irregularidades e nódulos na próstata.
PSA: Embora o exame de PSA seja útil, ele não é suficiente para avaliar a agressividade do câncer de forma isolada. Parâmetros como densidade do PSA, velocidade de elevação e a relação PSA livre/total ajudam a aumentar a precisão. O p2PSA, técnica em desenvolvimento, visa aprimorar a detecção.
Biópsia: Confirma o diagnóstico e avalia a agressividade do tumor. O sistema Gleason e a classificação ISUP (de 1 a 5) permitem uma análise detalhada, auxiliando no prognóstico e na personalização do tratamento. Tumores ISUP 1 têm crescimento lento e podem apenas requerer observação, enquanto os de ISUP 4 e 5 são mais agressivos e exigem intervenções mais intensas.
Sobre o tratamento
O tratamento do câncer de próstata é abrangente e inclui várias abordagens. Para tumores iniciais ou de risco muito baixo, recomenda-se a vigilância ativa, já que muitos desses tumores têm crescimento lento e não representam risco imediato à saúde. Em casos localizados, onde o câncer está restrito à próstata, a cirurgia é uma opção comum, especialmente a prostatectomia radical, que remove toda a glândula prostática.
A radioterapia, seja externa ou interna (braquiterapia), também pode ser aplicada diretamente sobre o tumor. Nos casos em que a doença está mais avançada, utiliza-se a terapia hormonal, que reduz os hormônios que promovem o crescimento do câncer, seja por medicamentos anti androgênios ou cirurgia.
Em casos mais avançados, a quimioterapia e as terapias-alvo, como os inibidores de PARP, são opções adicionais. A imunoterapia também pode ser indicada, ajudando o sistema imunológico a reconhecer e combater o tumor. Cada uma dessas estratégias é combinada e ajustada conforme o quadro clínico, buscando eficácia e qualidade de vida para o paciente.