Você já ouviu falar em inteligência artificial? Parece coisa de filme de ficção científica, mas ela já faz parte do nosso dia a dia e está cada vez mais presente na área da saúde.
Tudo começou em 1956, quando um grupo de cientistas se reuniu nos Estados Unidos e teve uma ideia ousada: criar máquinas que pudessem “pensar”. Sessenta anos depois, essa ideia virou realidade. Hoje, usamos inteligência artificial (IA) em diversas áreas, como bancos, comércio online, educação, indústria e, cada vez mais, na medicina.
Mas, afinal, o que é inteligência artificial? É quando computadores conseguem “aprender” com os dados e simular o raciocínio humano. Com isso, conseguem identificar padrões e realizar tarefas difíceis ou muito demoradas para nós, como analisar milhares de exames ou dados genéticos em segundos.
Na saúde, isso tem feito toda a diferença. A IA tem ajudado médicos a diagnosticar doenças de forma mais rápida e precisa, principalmente em condições graves e que afetam muita gente, como o câncer de mama, pulmão e as doenças raras. Esses problemas de saúde, quando não são descobertos a tempo, podem trazer graves consequências para os pacientes e sobrecarregam os sistemas de saúde do mundo todo.
IA no combate ao câncer
A IA também está ajudando muito no combate ao câncer. No caso do câncer de pulmão, o tipo que mais mata no mundo, com cerca de 1,8 milhão de mortes por ano, ferramentas baseadas em IA já estão sendo usadas para analisar exames e informações genéticas dos pacientes, o que permite escolher o tratamento mais adequado para cada pessoa.
Outro exemplo é o câncer de mama, a segunda principal causa de morte entre as mulheres. Nesse caso, a IA ajuda na análise das mamografias. Esses sistemas conseguem identificar alterações suspeitas com uma precisão igual ou até melhor do que médicos experientes. Isso ajuda a detectar o câncer mais cedo, o que aumenta as chances de cura.
Personalização dos tratamentos
Além de ajudar no diagnóstico, a IA também tem sido usada para criar tratamentos mais personalizados. Pesquisadores usam a tecnologia para entender melhor as mutações genéticas que causam doenças, inclusive mutações raras, que são difíceis de identificar. Com isso, é possível prever como uma doença pode se comportar e qual o melhor caminho terapêutico para cada paciente.
A inteligência artificial está revolucionando a medicina. Ela tem permitido melhorar a qualidade do atendimento, reduzir custos e aumentar o acesso aos cuidados de saúde. Mas para que tudo isso funcione bem, é necessário lidar com grandes quantidades de dados, como exames, informações genéticas e registros médicos. Por isso, é fundamental que existam regras e diretrizes claras para garantir que a IA seja usada de forma segura, ética e transparente.
Thalía Rodrigues de Souza Zózimo: Biomédica pelo Centro Universitário UNA, Mestre em Genética pela UFMG e Apoio Técnico da Rede Mineira de Pesquisa Translacional em Oncologia.



