O Instituto Mário Penna alcançou um marco importante com o financiamento da Rede Mineira de Pesquisa Translacional em Oncologia para a realização do exame FISH (Hibridização Fluorescente in Situ) em pacientes com Leucemia Linfocítica Crônica (LLC). O projeto é fruto da colaboração entre o Laboratório de Pesquisa Básica e Translacional do Núcleo de Ensino, Pesquisa e Inovação (NEPI) e a Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL). O apoio viabiliza a ampliação do acesso ao exame e reforça o compromisso do Instituto em oferecer diagnósticos modernos, seguros e alinhados às melhores práticas internacionais.
A LLC é o tipo mais comum de leucemia em adultos. Ela acontece quando um grupo de células de defesa do organismo, chamadas linfócitos, começa a se multiplicar de forma descontrolada no sangue, na medula óssea e, em alguns casos, nos gânglios linfáticos. Diferente de outras leucemias, a LLC pode evoluir lentamente em muitos pacientes, permitindo períodos longos apenas de acompanhamento, sem necessidade imediata de tratamento. Porém, em alguns casos, a doença pode apresentar características mais agressivas, exigindo que a equipe médica inicie o tratamento rapidamente. Saber diferenciar essas situações é essencial para garantir o melhor cuidado.
De acordo com a pesquisadora Dra. Carolina Melo, do Laboratório de Pesquisa Básica e Translacional do NEPI, o exame FISH é um recurso fundamental nesse processo. “Ele analisa o DNA das células da LLC em busca de alterações genéticas específicas, que ajudam a prever como a doença deve evoluir. Com isso, médicos podem definir estratégias de acompanhamento mais seguras e personalizadas”, explica.
O FISH identifica alterações que não são detectadas por métodos laboratoriais convencionais, fornecendo dados mais completos para cada paciente. Esses marcadores genéticos orientam a escolha do momento adequado para intervenção e dos medicamentos mais indicados, contribuindo para um tratamento mais eficaz e direcionado. Para alguns pacientes, o exame pode indicar apenas a necessidade de acompanhamento clínico. Para outros, sinaliza a importância de iniciar precocemente a terapia e possibilita o acesso a novas opções de medicamentos, que têm apresentado melhores resultados.
Dra. Carolina destaca que em todos os cenários, o grande ganho é o cuidado individualizado, que respeita as particularidades de cada paciente. “Ao investir em tecnologia e pesquisa, o Instituto Mário Penna reafirma sua missão de cuidar de pessoas com qualidade, humanização e inovação. Este projeto piloto é mais uma conquista que se traduz em esperança e melhores perspectivas para pacientes com Leucemia Linfocítica Crônica e suas famílias”, conclui.
Dra Carolina Melo é PhD em genética humana, trabalha há mais 10 anos na pesquisa em oncologia, e atualmente é parte da equipe de pesquisadores do NEPI.