O câncer de cabeça e pescoço compreende um grupo diversificado de tumores que afetam áreas críticas, como cavidade oral, faringe, laringe, seios paranasais e glândulas salivares. São responsáveis por significativo adoecimento e mortalidade da população, com uma estimativa de mais de 890 mil novos casos e 450 mil mortes por ano, segundo dados da Organização Mundial da Saúde. A conscientização sobre este tipo de câncer é fundamental não apenas para reduzir a incidência, mas também para melhorar os resultados clínicos por meio da detecção precoce e do acesso oportuno ao tratamento adequado.
Os principais fatores de risco incluem o tabagismo, o consumo excessivo de álcool e infecções pelo vírus HPV (papilomavírus humano). Os sintomas podem variar de acordo com a localização do tumor, mas geralmente incluem dor persistente, dificuldade para engolir, rouquidão prolongada, feridas que não cicatrizam, caroços no pescoço, entre outros. O tratamento pode envolver cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou uma combinação dessas modalidades, dependendo do estágio e da localização do câncer.
A pesquisa do câncer de cabeça e pescoço no Mário Penna
No Mário Penna, cerca de 3% dos cânceres diagnosticados são de cabeça e pescoço. A faixa etária observada na maioria dos pacientes diagnosticados é de 50 a 70 anos, embora casos em jovens estejam aumentando devido à infecção pelo HPV. A incidência é maior em homens, representando cerca de 70% dos casos. O tratamento desenvolvido é multidisciplinar e individualizado, envolvendo uma equipe de especialistas em cirurgia oncológica, radioterapia e quimioterapia. Sendo o tratamento cirúrgico como a primeira linha de defesa, especialmente em tumores localizados.
O Núcleo de Ensino e Pesquisa e Inovação do Mário Penna, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem desenvolvido vários projetos de pesquisa voltados para a área. Um deles é intitulado como como a “Associação entre aspectos clínicos e imunopatológicos à dor orofacial e qualidade de vida em pacientes com carcinoma de células escamosas da mucosa oral”, que visa avaliar, em pacientes com câncer de boca, potenciais relações entre as características do câncer à dor orofacial apresentada pelo paciente. Os resultados obtidos permitirão tratar precocemente a dor do paciente de modo mais específico, com base em informações obtidas na biópsia e nas consultas iniciais, o que tornará o alívio da dor mais efetivo.
A pesquisa é realizada pela aluna de mestrado Francine Barros de Oliveira, do Programa de Pós-graduação em Patologia da UFMG, sob orientação da Profa. Dra. Camila Megale, do Depto de Morfologia/Instituto de Ciências Biológicas e Coorientação da Dra. Patricia Rocha Martins. Também participam da pesquisa como membros da equipe do Instituto Mário Penna o Dr. Paulo Guilherme de Oliveira Salles, a Dra. Juliana Maria Braga Sclauser e a Dra. Letícia da Conceição Braga, além da equipe médica do ambulatório de cabeça e pescoço.
A conscientização eficaz sobre o câncer de cabeça e pescoço é essencial para enfrentar os desafios globais relacionados à doença. Ao educar o público e os profissionais de saúde, podemos não apenas reduzir a incidência e mortalidade, mas também melhorar a qualidade de vida dos pacientes através do diagnóstico precoce e tratamento oportuno.
Fonte: Pamela Mancha Agresti, Doutora em Genética e Pesquisadora do NEPI Mário Penna