A campanha Outubro Rosa do Instituto Mário Penna conta também com importantes aliados para ajudar no combate ao câncer de mama. O Núcleo de Ensino e Pesquisas (NEP) conta com uma equipe de pesquisadores que buscam novas formas de auxiliar no diagnóstico e tratamento das pacientes, além dos exames de imagens usados atualmente. Essa turma vem trabalhando na busca de um diagnóstico mais preciso.
Uma das pesquisas desenvolvidas faz parte do projeto de doutorado de Thayse Batista, orientado pelas pesquisadoras Dra. Andréa Teixeira, do Instituto de Pesquisa René Racchou – FioCruz Minas, e a Dra. Letícia Braga, Coordenadora do Laboratório de Pesquisa Translacional em Oncologia do Instituto Mário Penna. A pesquisa avalia o perfil de microvesículas tumorais presentes no sangue das pacientes com câncer de mama atendidas no Hospital Luxemburgo.
Segundo a doutoranda Thayse, o objetivo é desenvolver um diagnóstico utilizando microvesículas, que são estruturas liberadas pelo tumor desde a sua formação, quando ainda é difícil a detecção pelo exame de imagem, tornando este método mais assertivo e eficiente na detecção da doença e no acompanhamento do tratamento.
Ela explica também que as microvesículas carregam várias moléculas características do tumor, que permitem a identificação da sua origem e a comunicação com outros órgãos. Uma das funções dessas microvesículas é permitir que o tumor cresça e se desenvolva em outros órgãos, causando a metástase, transformando em um ambiente favorável ao crescimento do tumor.
“Nossos resultados na pesquisa mostram que as pacientes com câncer de mama têm um maior número de microvesículas no sangue quando comparadas com as doadoras saudáveis. Além disso, o perfil destas vesículas é diferente em algumas ocasiões, como no caso das pacientes com metástase que apresentam um elevado número de microvesículas de linfócitos T, um tipo celular já conhecido por estar envolvido na progressão e resposta ao tratamento do câncer”; explica Dra. Letícia.
O trabalho desenvolvido conta com a colaboração da equipe clínica da mastologia e oncologia, dos pesquisadores do NEP e das pacientes que aceitam participar. “Isso vem possibilitando ir além na busca de um tratamento personalizado e de qualidade para todas e todos, seguindo o lema da campanha deste ano no IMP. Conhecer a fundo a maneira como o tumor se relaciona com o corpo é uma ferramenta potente na luta contra o câncer de mama e, proporcionar este tipo de tratamento personalizado para pacientes do SUS, é um avanço na atenção à saúde de qualidade para todas e todos”.