O grupo de pesquisadores do Laboratório de Pesquisa Translacional em Oncologia do Núcleo de Ensino e Pesquisa (NEP) do Instituto Mário Penna realizou a investigação de pontos de controle imunológico em amostras de câncer de colo do útero. “No artigo publicado na revista internacional Experimental a Molecular Pathology demonstramos que as pacientes com câncer de colo de útero que responderam ao tratamento quimioterápico padrão apresentavam maior quantidade das moléculas PD-L1 e PD-L2. Ou seja, essas células do câncer estão apresentando estratégias para neutralizar a ação das células de defesa. Sendo assim, a utilização de imunoterapias poderia bloquear a ação atenuadora das células neoplásicas contra o sistema imunológico. Consequentemente, a utilização de imunoterapia poderia beneficiar as pacientes com câncer de colo uterino que não respondem bem à quimioterapia padrão e, desse modo, prolongando a sobrevida dessas mulheres”; conta a Coordenadora do Laboratório, Dra. Letícia Braga.
Mas, você sabe o que é imunoterapia e como os pacientes podem se beneficiar com esse tratamento? Quem nos explica é a Dra.Tálita Moreira, imunologista, pesquisadora do Laboratório de Pesquisa Translacional em Oncologia do NEP.
“Imagine se o seu próprio organismo pudesse favorecer a eficiência do tratamento oncológico? Foi baseando-se nessa pergunta que os cientistas desenvolveram as imunoterapias. Nesse tipo de terapia, a premissa é permitir que as células do sistema imunológico (que já possuímos em nosso organismo) possam reconhecer as células malignas e destruí-las. Dentre as diversas modalidades de imunoterapias, existe aquelas que utilizam bloqueadores das moléculas do ponto de controle imunológico e, assim, libertando as travas para que células imunológicas específicas possam encontrar e destruir as células malignas”.
Estes medicamentos, administrados isoladamente ou em combinações, foram testados pela primeira vez num melanoma avançado. Os pesquisadores ficaram surpresos com algumas respostas excepcionais obtidas após usar imunoterapia como, por exemplo, alguns pacientes apresentaram sobrevivência prolongada em até 10 anos. Estes resultados encorajadores levaram à ensaios clínicos em outros tipos de câncer, cujas respostas iniciais mostraram benefícios no câncer do pulmão, câncer da mama, câncer da cabeça e do pescoço e câncer do fígado.
Para conhecer todos os resultados do artigo publicado pela equipe do NEP, acesse aqui.
*Texto escrito pela equipe do NEP