Cd´s picotados e papelão foram as matérias-primas utilizadas no projeto ‘Oficina de Reciclagem’, realizada com os hóspedes da Casa de Apoio Beatriz Ferraz. A proposta terapêutica, organizada pela coordenação da Casa de Apoio, em parceria com a Diretoria de Humanização, Gestão Ambiental, Psicologia e Terapia Ocupacional, é promover a interação entre os hóspedes da Casa, resgatar valores, além de ocupar o tempo ocioso.
Tímidos, os hóspedes foram chegando e se juntando à equipe do Instituto Mário Penna. Com o apoio da colaboradora da CABF, Fátima Francisca Guirlanda, eles foram criando os seus quadros com imagens que remetiam a memórias da infância e conquistas que ainda desejam alcançar. Foi o caso da acompanhante Nilza Maria Siqueira Gonçalves, de Funilândia, que colocou no papel o sonho da casa própria. “Estou criando a casa dos meus sonhos, pois sei que um dia vou conseguir.” “E eu estou criando o jardim da casa dela”, completou a irmã Denise Siqueira, que está em tratamento oncológico no Hospital Luxemburgo.
Para a psicóloga Emanuelle, que acompanha os hóspedes da Casa de Apoio, fugir um pouco do contexto de preocupação com a doença, consultas, tratamento, deixa o paciente menos ansioso e mais otimista. “Eles têm horário cronometrado para tudo: são consultas, quimioterapia, radioterapia, horário para sair para o hospital, horário para retornar para a Casa. Sabemos que essa é uma realidade muito diferente da que eles têm em suas cidades. Então aqui é um momento de tranquilidade, de criar artes que retratam o que mais gostam e recordações importante da vida deles e de suas famílias.”
O projeto acontecerá a cada 15 dias na Casa de Apoio e a proposta é que, a cada oficina, sejam realizadas atividades diferentes, como produção de esculturas, luminárias, vasos de papel marche e bijouterias que utilizem material natural e/ou biodegradável.
Para isso, todo material reciclável que vem sendo descartado nos coletores seletivos de resíduos, que foram implantados este ano na Casa de Apoio, está sendo recolhido e reaproveitado. Segundo a coordenadora da CABF, Simone Penna, a expectativa é que, futuramente, seja criada uma exposição com as peças produzidas pelos hóspedes.