No mês em que é celebrado o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea, o Instituto Mário Penna também comemora os seis anos da criação do serviço de Transplante de Medula Óssea (TMO).
Foram 323 transplantes autólogos – onde o doador e o receptor são a mesma pessoa – realizados desde o segundo semestre de 2013 a julho deste ano.
O Instituto Mário Penna é referência em Minas Gerais na realização do transplante autólogo, sendo que na instituição, este procedimento é realizado, em sua maioria, em pacientes portadores de mieloma múltiplo, seguido de linfomas. Atualmente, são seis leitos no Hospital Luxemburgo dedicados ao serviço de TMO.
Para muitos pacientes em tratamento oncológico, o transplante de medula óssea é um passo significativo em direção à cura. “A chegada do serviço do TMO no Instituto Mário Penna veio complementar o ciclo de atendimento de oncologia oferecido aos nossos pacientes. São poucos os hospitais que fazem o transplante de medula, pois o procedimento é complexo e avançado. Oferecemos um procedimento bem realizado, com profissionais experientes e humanizados, e isso reflete na nossa taxa de complicações graves, que hoje é menor que 1,5%”, afirmou Evandro Maranhão Fagundes, médico coordenador da área de transplante de medula óssea do Instituto Mário Penna.
Doação de Medula
O transplante de medula óssea é um tipo de tratamento proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, como as leucemias e os linfomas e consiste na substituição de uma medula óssea doente ou deficitária por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma medula saudável.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea (SBTMO), são realizados 1.800 transplantes de medula óssea no Brasil a cada ano – número que cresceu 146% nos últimos dez anos. Destes, mil são do tipo autólogo.
Já os transplantes alogênicos (aqueles que são feitos a partir de células hematopoiéticas oriundas de um doador compatível ou parcialmente compatível) são importantes no tratamento de leucemias e mielodisplasia. Eles podem ser utilizados também em alguns casos de linfomas e outras doenças mais raras.
O transplante alogênico depende de um doador. Esse doador pode ser um parente do paciente ou um doador voluntário cadastrado em banco de doadores. O registro de doadores não-aparentados aumenta a possibilidade de pacientes realizarem o TMO e tentar a cura.
Doadores
Os números dos doadores cadastrados para doação de medula óssea têm crescido. De acordo com os dados do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), até julho 2019, os cadastros do Brasil apontam para 4.943.535 doadores. Em Minas Gerais, são 533.280 doadores registrados.
“Hoje ficou muito mais fácil encontrar um doador para um paciente brasileiro. Além disso, com as novas possibilidades de transplante, como o transplante de um doador da família parcialmente compatível – transplante haploidêntico -, podemos dizer que a falta de um doador deixou de ser um problema”, ressaltou Dr. Evandro.