O câncer de pele é o tipo de câncer mais frequente no Brasil com cerca de 180 mil novos casos ao ano, segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Isso significa que 1 em cada 4 novos casos de câncer no Brasil, é de pele. No Instituto Mário Penna os registros da doença também são bem frequentes. No último ano foram 280 diagnósticos da doença, sendo 239 tumores de pele não melanoma e 41 melanomas.
Para alertar a população sobre os riscos do câncer de pele e principalmente sobre a prevenção, desde 2014, foi lançado no Brasil o ‘Dezembro Laranja’. Não à toa que este foi o mês escolhido, já que dezembro marca o início do verão e a exposição prolongada ao sol é um dos principais fatores para o surgimento da doença.
No Instituto Mário Penna a campanha terá como mote “Não deixe o câncer de pele manchar a sua vida”. “As pessoas ainda acham que só precisam se proteger do sol quando vão à praia ou ao clube e, na verdade, em qualquer ambiente que seja aberto a pessoa já está se expondo ao sol”, alertou Maria Imaculada Milagres, dermatologista do Instituto Mário Penna.
Ela orienta sobre a necessidade do uso do protetor solar todos os dias, inclusive quando estiver nublado. Para quem tem pele e olhos claros e histórico na família, os cuidados devem ser redobrados. “A pele é o maior órgão do corpo humano e moramos em um país onde temos sol o ano todo. E todas as partes do corpo precisam ser protegidas, não somente o rosto. Nas mulheres, por exemplo, o melanoma é muito mais frequente nas pernas”.
Dos pacientes atendidos no Instituto Mário Penna, por exemplo, o melanoma foi diagnosticado na orelha, nos braços e pernas, tronco, couro cabeludo e pescoço, lábio e pálpebras. “O filtro solar só tem 35 anos no mercado brasileiro e infelizmente as pessoas não têm o hábito de usar. Por isso, reforçamos sobre a importância de adotar um comportamento de proteção e usar, por exemplo, uma sombrinha, um chapéu ou uma roupa que cubra boa parte do corpo”, explicou a dermatologista.
Câncer de Pele
O câncer da pele responde por 33% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil. O tipo mais comum, o câncer da pele não melanoma, tem letalidade baixa. A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Os tipos de câncer da pele não melanoma mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares, que correspondem a mais de 90% dos casos existentes e provocam cerca de 1.900 óbitos a cada ano no país.
Um terceiro tipo é o melanoma. Mais raro e letal, é também o mais agressivo e se espalha com grande rapidez, atingindo outros órgãos. No último ano, foram mais de 40 melanomas registrados no Instituto Mário Penna.
O câncer de pele pode se manifestar com numa lesão na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida e que sangra facilmente; com uma pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, bordas irregulares e que cresce de tamanho, ou ainda em forma de uma mancha ou ferida que não cicatriza e que continua a crescer apresentando coceira, crostas erosões ou sangramento.
Além destes sinais, outros que variam de acordo com a área para onde o câncer avançou, como por exemplo nódulos na pele, inchaço nos gânglios linfáticos, falta de ar ou tosse, podem surgir. Desta forma, somente um exame clínico feito por um médico e uma biópsia podem diagnosticar o câncer da pele. Dos tratamentos realizados na instituição, 130 envolveram cirurgia e o restante dos pacientes foram tratados com radioterapia e quimioterapia.