O setor de Pesquisa Clínica do Núcleo de Ensino e Pesquisa (NEP) do Instituto Mário Penna ganha destaque como o terceiro maior recrutador de pacientes, entre os 16 centros que desenvolvem o estudo Thor, da farmacêutica Janssen no Brasil, com 31 pacientes até o momento. O Mário Penna está atrás apenas do Centro de Oncologia do ABC e da Beneficência Portuguesa, ambos em São Paulo, com 41 e 31 pacientes, respectivamente. Segundo o último levantamento disponibilizado pela Janssen em 30 de abril, o Brasil está em 12° lugar no ranking de recrutamento no mundo e o NEP está contribuindo para melhorar essa posição.
O estudo Thor oferece tratamento para pacientes com câncer de bexiga que já realizaram uma primeira linha de tratamento com quimioterapia, que em algum momento tiveram recidiva da doença e agora precisam de um novo tratamento. A médica oncologista responsável por este estudo na instituição é a Dra. Joseane Rodrigues Toledo, que juntamente com a equipe de oncologistas e da pesquisa clínica, tem se empenhado em divulgar e recrutar pacientes para participarem do estudo.
“Quando o paciente é identificado como potencial participante, ele é informado sobre o estudo pelo oncologista e, caso demonstre interesse em participar, a equipe de pesquisa clínica entra em contato para aplicar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), que é um documento onde estão descritas informações do estudo como”; conta Dra. Joseane Rodrigues Toledo.
Um ponto importante é que os membros da equipe de pesquisa prezam sempre pela autonomia do paciente em decidir por sua participação. “Não medimos esforços para ajudar o paciente a entender como funciona os estudos clínicos. Em alguns casos, quando o paciente é muito humilde, que não sabe ler ou escrever, o processo do consentimento é realizado em duas etapas. Em uma primeira consulta explicamos sobre o estudo, disponibilizamos o TCLE para ele levar para casa, e conversar com os familiares sobre a participação. Em um segundo momento, esclarecemos dúvidas e assinamos o documento. Nestes casos, pedimos sempre que o paciente venha acompanhado e o acompanhante também assina o termo ciente de que as informações passadas são as mesmas que estão descritas no documento”; explica.
Após esta etapa de assinaturas dos termos, o paciente é incluído no estudo, mas antes de iniciar com a medicação, ele passa por uma série de exames que buscam averiguar se não há nenhum problema de saúde que possa colocá-lo em risco durante o estudo. Ao final do processo, se ele atender a todos os critérios, começamos o tratamento. “A cada paciente que entra para a pesquisa, o nosso desejo é de que o medicamento o beneficie. Por isso, acompanhamos tudo bem de perto e, ao identificarmos qualquer sinal de perigo, entramos com medidas preventivas”; conclui.
Até o momento, nosso centro recrutou 31 pacientes que se tornaram voluntários no estudo e que irão compor um grupo de outros voluntários, gerando informações que validarão ou não o uso da medicação estudada no futuro.