Uma manhã de sol marcou o lançamento do projeto Reintegrar no Instituto Mário Penna. O novo espaço, que antes era um lote sujo, se transformou em uma horta orgânica. Um pergolado também foi construído no local para receber os pacientes que serão atendidos pela equipe médica e multidisciplinar.
Em uma área de mais de 1.200m² foram construídos seis canteiros que receberam mais de 300 mudas de alface, repolho roxo, couve, quiabo, tomate, abóbora, morango, melão, maracujá e outras mudas. Na área de encosta do muro, foram plantadas mudas rasteiras de melancia e pepino como forma de prevenir o deslizamento do talude. Tudo que for colhido será destinado às refeições que são produzidas para os pacientes e acompanhantes do hospital Luxemburgo e hóspedes da Casa de Apoio Beatriz Ferraz.
Para a inauguração, o muro que foi reformado com o apoio financeiro da Volmape (Voluntárias do Instituto Mário Penna), recebeu uma pintura assinada pelo artista visual Guido Boletti que atuou voluntariamente nesta ação. Ele também contou com a ajuda de mais de 20 alunos do projeto Escola Integrada, da escola municipal Mestre Paranhos, que fica no conjunto Santa Maria, vizinho ao hospital Luxemburgo.
Antes de colocar a mão na tinta, as crianças percorreram todos os comércios da região conscientizando a comunidade a não jogar lixo no local. “As crianças ficaram muito empolgadas com a oportunidade de contribuir com o hospital. E antes mesmo de vir aqui pintar o muro com o artista Guido, eles passaram em cada comércio orientando a não jogar lixo na calçada, pois infelizmente sabemos que esse local estava virando um aterro de lixo”, afirmou a coordenadora do projeto Escola Integrada, Márcia Cordeiro Mendes.
Espaço Terapêutico
Além dos pacientes ambulatoriais, o espaço do Reintegrar também irá acolher os pacientes internados, proporcionando bem-estar e lazer para esses pacientes contribuindo ainda para a sua desospitalização. A atividade do plantio, que será realizada por esses pacientes, se dará após a liberação da equipe médica e supervisionados pela equipe Assistencial e pela Gestão Ambiental do Instituto.
No consultório a céu aberto, eles também serão atendidos pelos profissionais da equipe multidisciplinar como psicologia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e nutrição. “Temos um público grande de pacientes agricultores, que vêm de cidades do interior de Minas. E essas pessoas sentem a falta do contato com a terra e isso reflete em um sofrimento emocional e prejudicial ao tratamento oncológico. Esse espaço proporcionará um efeito terapêutico importante, não só para esses pacientes, mas para todos os demais que terão a oportunidade de saírem desse ambiente difícil que é um ambiente hospitalar”, afirmou a supervisora da Psicologia, Gizelle Mesquita.
De acordo a Natália Lá-Badié Dolabela, analista ambiental do Instituto Mário Penna, a criação do Reintegrar vem justamente de encontro a diversas pesquisas que demonstram a importância das áreas verdes nos hospitais e a eficácia destas no tratamento dos pacientes. “O contato com áreas ajardinadas, por exemplo, pode reduzir em até 50% o tempo de internação dos pacientes. Estamos inaugurando hoje na instituição uma frente nova de tratamento para o paciente oncológico”.