O pneumologista tem um papel primário, fundamental e importante na prevenção do câncer de pulmão e no diagnóstico precoce da doença, identificando pacientes para rastreamento e monitoramento de sintomas.
Muitas pessoas esquecem ou não sabem que o pneumologista trata o câncer de pulmão, mas a equipe multiprofissional também é extremamente importante, incluindo oncologista, cirurgião torácico, pneumologista, radioterapeuta, radiologista intervencionista, medicina nuclear, patologista, enfermeiro, fisioterapeuta, nutricionista, assistente social.
A médica pneumologista, Dra. Paula Cristina Ferreira, ressalta que o pneumologista, na linha de cuidado do câncer de pulmão, atua da seguinte forma:
- Na prevenção: cessação do tabagismo; afastamento e/ou acompanhamento de outros fatores de risco, como exposição ao asbesto.
- Na detecção precoce: investigação de nódulo do tórax, se possível com um programa de rastreamento.
- No preparo pré-operatório (reduzir complicações pulmonares pós-operatórias): otimizar medicação (principalmente inalatória), tratar exacerbação, cessação do tabagismo, suporte nutricional e fisioterapia reabilitação pré-operatória.
- Na realização da espirometria: exame fundamental na quantificação do risco cirúrgico (medidas objetivas). Esse exame é também indispensável para a aquisição de medicamentos para DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) e asma pela secretaria de saúde.
- Nos cuidados pós-operatórios, que incluem: intervir em possíveis complicações do tratamento; asma exacerbada por neoplasias e infecções pulmonares.
- No tratamento da linfangite carcinomatosa e na doença pulmonar intersticial/parenquimatosa por uso de drogas anti-neoplásicas, como a pneumonite, fibrose pulmonar, broncoespasmo, entre outras.
No tratamento do câncer de pulmão, o pneumologista atua em associação com outras especialidades:
- Clínico/cardiologista: na avaliação de outras comorbidades.
- Radiologia: realização de tomografia computadorizada de corpo inteiro para rastreamento; PET CT (Tomografia por Emissão de Pósitrons) e Cintilografia de ventilação/perfusão.
- Cirurgia torácica: abordagem cirúrgica, se for o caso. Realização de broncoscopia para biópsia e coleta de lavado broncoalveolar.
- Patologia clínica: diagnóstico patológico e genômica em todos os casos.
- Oncologia e radioterapia: avaliação do tratamento.
- Cuidados paliativos: o cuidado paliativo deve ser associado ao tratamento curativo no momento do diagnóstico, por meio de decisão compartilhada, isto é, paciente e médico planejam as decisões sobre a terapêutica a ser tomada, buscam a melhora na qualidade de vida e a redução do sofrimento, tanto espiritual como físico e psicológico.
A médica ressalta que todos os exames radiológicos citados, assim como as especialidades médicas relacionadas, são disponibilizados no Hospital Luxemburgo.
“O cigarro é o principal fator de risco para o câncer de pulmão e é uma das principais causas de morte evitável. Apesar de as taxas terem diminuído nos últimos anos, a popularidade de cigarros eletrônicos e “vapers” ainda preocupa os profissionais da saúde”; reforça Dra. Paula Cristina Ferreira.
Devido à redução do tabagismo, foi possível observar uma diminuição na taxa de mortalidade por câncer de pulmão a partir de 2011. Mesmo assim, quase 75% dos pacientes com câncer de pulmão ainda são diagnosticados com câncer localmente avançado ou metastático. No cenário de doença avançada, a expectativa de vida em cinco anos é menor do que 20%, e o tratamento sistêmico ainda é a principal opção terapêutica disponível. Em contraste, aqueles diagnosticados em estágio inicial apresentam taxas de sobrevida em cinco anos de 50-90%.
*Texto escrito pela Dra. Paula Cristina Ferreira