O verão está chegando e, por conta disso, o mês de dezembro foi escolhido para combater o câncer de pele e chamar a atenção para a prevenção do tipo de câncer que mais atinge os brasileiros. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), foram quase 156 mil novos casos em 2016, ocorrendo em mais mulheres que homens, sendo que 30% dos casos são de tumores malignos.
Um dos motivos do grande número de casos de câncer de pele no Brasil é o fato de ser um país de clima tropical, que recebe alta incidência de raios solares. De acordo com a dermatologista do Instituto Mário Penna, Maria Imaculada Milagres, a exposição solar (radiação UVA e UVB) gera danos e imunossupressão das células. O DNA das células tem capacidade de reparação limitada e a exposição frequente ao sol leva a alterações permanentes do DNA, isso então, torna o efeito do sol cumulativo.
“O câncer de pele é mais comum nas áreas expostas do corpo e em pessoas de pele clara, com mais de 40 anos. Como o Brasil possui uma população miscigenada, somos todos suscetíveis ao câncer de pele”, afirma. O brasileiro também tem ainda o hábito cultural de relacionar o corpo bronzeado à beleza. “As pessoas esquecem, mas a exposição ao sol pode causar diversas alterações na pele, dentre elas: pigmentação, queimadura, fotoenvelhecimento, lesões pré-malignas e câncer”, relata.
Tipos de câncer de pele
Os cânceres de pele são divididos em melanoma e não-melanoma. Os melanomas correspondem a 4% dos cânceres de pele, e são causados por exposições intensas e intermitentes ao sol, principalmente as que causaram algum tipo de queimaduras solares na infância e adolescência. Os mais impactados são pessoas com pele, cabelos e olhos claros, louros e ruivos. O fator genético também contribui nesses casos.
Os melanomas são detectados da seguinte forma: aparecimento de lesão pigmentada nova no adulto, alteração de uma lesão pigmentada pré-existente (mudança de cor, tamanho e textura), uma lesão muito diferente, ou uma lesão com dor, prurido, alteração de sensibilidade ou sangramento de lesão pré-existente.
Já o câncer de pele não-melanoma é mais frequente em áreas expostas. As lesões podem ser manchas avermelhadas com crostas em áreas expostas cronicamente, feridas que não cicatrizam, lesão verrucosa que ulcera, úlcera de perna que não cicatriza, alteração de uma lesão pré-existente com crescimento, dor e sangramento.
Cuidado e prevenção
De acordo com a dermatologista Maria Imaculada Milagres, como o maior fator predisponente é a exposição solar, então a fotoproteção continua sendo a mais importante forma de prevenção. “Hoje em dia falamos em comportamento de proteção solar, mas além do uso do protetor solar da forma recomendada, as pessoas também podem fazer uso de roupas adequadas, chapéus, óculos escuros e sombrinhas”, completa. Outra recomendação da especialista é evitar a exposição solar em horários de pico (entre 10 e 16 horas). Ela também alerta sobre a mudança do hábito cultural de se bronzear. Ela reforça “o bronzeado é sinal de agressão à pele”.
A dermatologista ainda destaca a importância da conscientização para todo o público, principalmente pessoas que trabalham em atividades ao ar livre. “Devemos levar a campanha de proteção solar aos trabalhadores que exercem atividades ao ar livre como garis, profissionais que atuam na construção civil, por exemplo”, conclui a Dermatologista.