Comemorar o Dia das Mães é mais que exaltar o sagrado que gera a vida, é também ressaltar o feminino que acolhe diversos seres. No Instituto Mário Penna todos os dias mulheres acolhem pacientes, seja na assistência, na pesquisa ou na administração. É o caso da Letícia Braga, Gerente de Pesquisa Translacional do Instituto Mário Penna – Ensino, Pesquisa e Inovação (IEPI Mário Penna). Na tríade carreira-família-maternidade, a pesquisadora salienta que se sente orgulhosa por conciliar a missão, não muito fácil, de exercer múltiplas funções. “Ser cientista me empolga, ao passo que ser mãe me completa”.
Para a mãe e pesquisadora, trabalhar no IEPI Mário Penna também é especial por um motivo admirável: dividir as bancadas da pesquisa com a filha, Stephanie Braga. Acadêmica de Medicina, Stephanie faz estágio no laboratório de Anatomia Patológica do Instituto e ressalta que a medicina sempre foi um grande sonho. “No entanto, atuar na área oncológica foi uma decisão inspirada no trabalho da minha mãe, que é uma referência pessoal e profissional”. Letícia contrapõe que, diariamente, aprende e se tornar uma gestora melhor, em contato com a filha.
A pesquisa feita por mãe e filha curiosamente é desenvolvida na área da genética – uma extensão do conhecimento científico que aborda o que é transmitido aos filhos e às próximas gerações. Letícia Braga diz que a genética é mais que uma ferramenta para entender a história familiar e o impacto dela sobre a vida humana. “Com o mapeamento genético é possível compreender o risco de doenças como o câncer e problemas do coração, ou até mesmo entender como cada corpo responde a um tratamento”.
No que tange o campo científico, por muitos anos as mulheres eram impedidas de frequentar as instituições de ensino e desenvolver pesquisas. Uma nova lógica se reencaixa à atualidade. As últimas décadas trazem consideráveis avanços no que se refere à inserção e à participação das mulheres na ciência. O ambiente científico ainda apresenta grandes desafios, desde uma produtividade acadêmica pautada em intensas publicações – uma vez que áreas de pesquisa se alicerçam na realização de experimentos, entrevistas e testes -, até à conciliação com outros desenvolvimentos da vida. No entanto, a sociedade vive um tempo propício para a compreensão de um mundo onde a mulher, mãe ou não, seja contemplada nas avaliações e na divisão do trabalho, representando assim, uma atualidade mais diversa e inclusiva, também no cenário da ciência
De acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Governo Federal, as mulheres matriculadas no país representam 57% e são maioria no ensino superior. Elas também são detentoras da maior quantidade de bolsas de estudo do Brasil, produzindo 72% das pesquisas, de acordo com apontamentos da Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação. Ou seja, na carreira acadêmica-científica há um relevante recorte de produção que é desenvolvido por mulheres – muitas dessas, mães.
Na profissionalização e expectativa do sucesso na carreira, as mulheres trilham caminhos que dialogam com a manutenção e responsabilidade em relação aos filhos. Hoje em dia, as mulheres conciliam o exercício socialmente complexo do cuidado – dentro de seus próprios lares ou fora deles, auxiliando demais famílias – com a liderança profissional. Nos mais diversos cargos, sejam políticos ou em profissões como a medicina, a engenheira, o ramo empresarial ou como profissionais autônomas, as mulheres passam a ocupar espaços de destaque na sociedade. Letícia Braga conclui que com dedicação, compromisso, ética e paixão pelo fazer laboral, as mães são capazes de superar desafios e entregar à sociedade verdadeiros propósitos transformadores.
O Instituto Mário Penna – Ensino, Pesquisa e Inovação também assume uma transformação no cenário científico, pelo interessante fato de que a nova unidade possui um grupo majoritariamente feminino de pesquisadoras, bem como nas demais funções, o que representa mais oportunidades às mães cientistas do Brasil. Os espaços são geridos por mulheres, tanto na pesquisa clínica, onde é possível prevenir, detectar, controlar e tratar doenças com a descoberta de detalhes fundamentais da biologia dos tumores, quanto na pesquisa translacional, que possibilita a geração de produtos inovadores e que impactam positivamente a qualidade de vida dos pacientes oncológicos.
Foi por meio da unidade, na área de Pesquisa Clínica, entre os anos de 2017 e 2020, que Doralina Barbosa de Figueiredo, 87 anos, fez o tratamento de imunoterapia e obteve êxito (resposta completa ao protocolo de pesquisa). A mãe de seis filhos – entre eles uma médica que acreditou na terapêutica desde o início – celebra e agradece por poder comemorar mais um “segundo domingo de maio” com a família. Dona Doralina é uma dessas mães que representam milhares de outras, pela força e sorriso no rosto. Bisavó de três crianças e avó de mais 12, hoje em dia a paciente faz apenas o controle pós-tratamento no Instituto Mário Penna. “Às mães que tiverem a mesma doença que a minha, não desanimem. Façam o tratamento com fé, amor e dedicação que dará certo. Eu fui tratada com um ótimo atendimento, tenho só a agradecer por estar curada e bem”.
Neste Dia das Mães o Instituto Mário Penna deseja uma feliz vida à todas essas mulheres que cuidam. Milhares de: Letícias, Sthephanies e Doralinas! Mulheres que auxiliam umas às outras a vencerem, seja na vida profissional ou até mesmo uma doença, como especificamente o Câncer. Nosso mais sincero agradecimento a todas as mães que fazem do cuidado humanizado, pelos corredores do “maior de Minas no combate ao câncer”, uma missão a ser percorrida e honrada.