O rabdomiossarcoma é um câncer de crescimento rápido que pode se desenvolver nos tecidos moles (tais como músculos) em quase qualquer lugar do corpo. Ele afeta principalmente crianças e adolescentes, e o tratamento tradicional, que usa medicamentos fortes, pode ser difícil e ter poucos resultados.
Recentemente, uma equipe de cientistas dos Estados Unidos fez uma descoberta sobre como tornar esse tratamento mais eficaz e descobriram que, quando as células cancerígenas deste tipo de câncer se tornam resistentes aos medicamentos, isso dificulta o tratamento. Nesse sentido, foram encontradas pistas importantes sobre como superar essa resistência.
Ao estudar essas células resistentes, os cientistas perceberam que elas mudaram de uma maneira incomum. Ao invés de continuarem a crescer e se espalhar como células de câncer, algumas delas começaram a se parecer com células musculares normais. Isso sugere que, se essas células se tornarem mais parecidas com as células musculares saudáveis, talvez seja possível parar o crescimento do câncer.
Mas como isso pode ajudar no tratamento deste câncer? O pesquisador Ramon Alencar explica – “Imagine que essas células cancerígenas estão como estudantes rebeldes que não querem seguir as regras. Se pudermos transformá-las em estudantes dedicados que seguem as instruções, talvez possamos ensiná-las a parar de crescer e se espalhar.”
O Laboratório de Pesquisa Translacional do NEPI Mário Penna também está estudando maneiras de entender melhor o câncer e encontrar novas formas de tratamento. Ao entender como as células cancerígenas se comportam e mudam, é possível encontrar maneiras inovadoras de combatê-las.
Neste contexto, alguns estudos realizados na instituição têm como foco um mecanismo específico presente nos cânceres, conhecido como transição epitélio-mesenquimal. Essencialmente, este mecanismo descreve como as células cancerígenas são capazes de alterar sua forma para promover a progressão da doença.
Embora ainda haja muito a aprender, cada pequena descoberta aproxima a ciência de vencer a doença. Ao apoiar pesquisas como as do Instituto Mário Penna, seja participando de estudos na condição de paciente ou fornecendo amostras, você está ajudando a encontrar novas esperanças para aqueles que enfrentam o câncer.
Ramon Alencar, pHD em Patologia e Pesquisador do NEPI Mário Penna
Na noite de ontem, 25 de abril, o Núcleo de Ensino, Pesquisa e Inovação do Mário Penna realizou a 12º edição do Café com Ciência, com o tema “O mundo dos miRNAas em câncer: desafios e oportunidades”. O evento, que aconteceu no Sicoob Credicom, comemorou os 2 anos da Unidade, desde sua reestruturação, e celebrou as grandes conquistas alcançadas nas áreas da ciência e da inovação.
O simpósio reuniu renomados especialistas em um diálogo sobre experiências e avanços relacionados aos microRNAs no enfrentamento do câncer. Foram três palestras, a primeira, com o Dr. Arthur Silva, mestre em Biotecnologia e especialista em produtos da Qiagen. A segunda palestra foi com o Dr. Helton Santiago, médico e professor da UFMG, e a terceira, com a Dra Nara Rosana, médica oncologista e sócia da OncoTag. O debate foi mediado por Fábio Queiroz, doutor em Ciências da Saúde e pesquisador do NEPI Mário Penna.
O 12º Café com Ciência contou com a participação de diretores, colaboradores da instituição, médicos, e estudantes de diversas áreas da ciência, que além de assistir às palestras puderam interagir e aproveitar um coffeebreak. Para Tadeu Perona, Diretor de Ensino, Pesquisa e Inovação, “é uma alegria celebrar os dois anos da nossa Unidade em mais uma edição do Café com Ciência, esse evento que é tão importante no acesso a conteúdos inovadores em saúde. Não há melhor maneira de comemorarmos nossas conquistas“.
Sobre o NEPI Mário Penna
O Núcleo de Ensino, Pesquisa e Inovação do Mário Penna tem se destacado na construção de um projeto que busca fomentar a assistência em saúde e revolucionar a inovação diagnóstica do câncer no país. A unidade se divide em quatro áreas de atuação: a Pesquisa Clínica, a Pesquisa Translacional, o Ensino e a Inovação. A excelência no trabalho desenvolvido tem levado ao reconhecimento da instituição no cenário nacional e internacional. A unidade celebra, neste mês de abril, 2 anos desde sua reestruturação com uma série de conquistas, como a 2ª edição da Revista Científica Mário Penna Journal, a liderança da Rede Mineira de Pesquisa em Oncologia, o lançamento da Plataforma Educar Mário Penna, entre outros destaques. Atualmente, são cerca de 40 projetos em andamento, que englobam diversas especificações da área da saúde.
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que, para cada ano do triênio – 2023 a 2025 – cerca de 10.990 novos casos de câncer de esôfago serão diagnosticados no Brasil. Embora a incidência seja mais alta entre homens, as mulheres também enfrentam o risco, com casos observados em todo o país. Nesse contexto, destaca-se a região sul, onde o câncer de esôfago é o 5º mais frequente entre homens e o 15º entre mulheres.
Os fatores de risco incluem o tabagismo; o consumo excessivo de álcool; a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), que pode causar irritação crônica no revestimento do esôfago. É importante estar atento, ainda, à sensação de azia crônica, que se manifesta como uma “queimação” frequentemente irradiada desde a parte superior do abdômen até a garganta e piora nos períodos noturnos, após as refeições. Obesidade e consumo de dietas pobres em frutas e vegetais e deficiência de ferro também são sinais de alerta.
É fundamental, ainda, estar atento aos sintomas que podem ajudar na detecção precoce do câncer de esôfago. Sinais como dificuldade e dor ao engolir alimentos sólidos, pastosos ou líquidos; perda de peso inexplicável; azia e indigestão persistentes devem ser levados a sério e comunicados a um médico. O diagnóstico precoce é a chave para melhores resultados no tratamento.
Inovações terapêuticas: avanços em direção à precisão e eficácia
A ressecção cirúrgica, a radioterapia e a quimioterapia são, na atualidade, os principais tratamentos para o câncer de esôfago. No entanto, existem avanços promissores nessa área, graças a uma nova abordagem focada em terapias direcionadas. Esses avanços estão lançando uma luz no fim do túnel para pacientes e médicos. Entre essas terapias, destacam-se o cetuximabe e o bevacizumabe, que têm como alvo o receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR) e o fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), respectivamente.
Além disso, outros medicamentos têm emergido como protagonistas nesse cenário. O trastuzumab, por exemplo, foi aprovado pela FDA – agência reguladora americana – como tratamento de primeira linha para câncer HER-2 positivo, enquanto o pembrolizumab, um inibidor de PD-L1, mostrou-se altamente eficaz para pacientes com carcinoma espinocelular de esôfago (ESCC) positivo para PD-L1 ou avançado. Essas inovações representam não apenas novas opções de tratamento, mas também uma mudança fundamental na maneira de enfrentamento ao câncer de esôfago.
A equipe de pesquisadores do NEPI – Mário Penna está comprometida em contribuir com o avanço do conhecimento científico sobre o câncer de esôfago, buscando constantemente novas estratégias para melhorar o diagnóstico e o tratamento dessa doença.
Por: Dra. Izabela Gontijo de Amorim, PHD em Patologia Experimental e Pesquisadora NEPI Mário Penna
O Instituto Mário Penna reforça o compromisso de atendimento humanizado e de excelência com o investimento em formação contínua para seus profissionais. Através da Pesquisa e do Ensino, a instituição consolida um legado de referência para sua equipe Assistencial e Corpo Clínico. A unidade de Ensino da instituição integra o Núcleo de Ensino, Pesquisa e Inovação – NEPI e celebrou, no dia 31 de março, 2 anos de reestruturação de sua atuação.
O Ensino do Mário Penna é responsável pelo planejamento e execução de eventos científicos, cursos de pós-graduação e estratégias envolvendo a educação continuada. A unidade ainda gerencia os programas de residência médica e demais estágios profissionais.
Em 2023, foram 141 eventos, mais de 449 conteúdos na plataforma e 3.710 profissionais impactados. Durante os eventos são abordados temas diversos, com foco nas interdisciplinaridades voltadas para a oncologia. As aulas acontecem com uma frequência quase diária e sempre de acordo com os nichos de cada especialidade em que o Mário Penna atua.
Os principais eventos da unidade são: Tumor Board, Simpósio Diálogos, Café com Ciência, Journal Club, CM Talks, UTI Convida, Papo Cirúrgico e Simpósio Mário Penna. Todos eles, além de promoverem um espaço múltiplo de trocas de conhecimento e de experiências, também associam os conteúdos teóricos às mais modernas práticas de trabalho, o que faz da instituição expert no tratamento de câncer e referência em Minas Gerais há mais de 50 anos.
O evento Tumor Board é focado na discussão clínica de casos oncológicos, desde os mais simples aos mais complexos. O Simpósio Diálogos é voltado para conteúdos ligados às indústrias farmacêuticas, como estudos de medicamentos e aulas com especialistas nacionais e internacionais. O Journal Club promove a discussão de artigos científicos entre pesquisadores e acadêmicos. Já o CM Talks, o Papo Cirúrgico e o UTI Convida são seminários de capacitação técnica para as áreas da Clínica Médica, Cirurgia Geral e Oncológica e Medicina Intensiva, respectivamente.
Além de eventos internos, o Ensino do Mário Penna promove eventos externos à instituição, com intuito de fortalecer ainda mais o vínculo e a integração com o povo mineiro. O Café com Ciência, é um evento que acontece a cada três meses e já está em sua 12º edição. Um de seus principais objetivos é democratizar o acesso a produções científicas e temas de saúde.
O Simpósio Mário Penna também acontece de forma externa. Em 2024, ele irá para a terceira edição e sempre traz temas científicos de atualização em oncologia. Ambos são de acesso gratuito e aberto a todos os públicos.
Educar Mário Penna: a plataforma que te conecta ao conhecimento
A comemoração dos 2 anos da Unidade chega com grandes novidades. A Plataforma EAD está de cara nova e em breve será lançada. A Educar Mário Penna é um espaço para profissionais da saúde se especializarem com um conteúdo que reúne a expertise de mais 50 anos da instituição que é referência como maior atendimento oncológico pela saúde pública em Minas Gerais.
A plataforma oferece aulas, cursos e conteúdos em vídeo produzidos pelo Núcleo de Ensino, Pesquisa e Inovação, além de treinamentos institucionais para todos os colaboradores.
A plataforma Educar Mário Penna é um marco para a unidade de Ensino e materializa o esforço prioritário com a educação, a fim de alcançar qualidade e melhores práticas no cuidado em saúde. Esse compromisso é o que faz do Mário Penna referência no tratamento humanizado e de excelência.
Os cânceres colorretais são tumores malignos que acometem o intestino grosso, principalmente nas regiões chamadas de colo, reto e ânus. É um dos mais comuns, ocupando o terceiro lugar em incidência e o segundo em mortalidade entre todos os cânceres no Brasil. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), apenas em Minas Gerais, em 2023, surgiram 4.630 novos diagnósticos da doença.
A grande maioria dos casos de câncer colorretal está relacionada a fatores ambientais e comportamentais, especialmente dietas pobres em nutrientes e em fibras. Obesidade, sedentarismo, fumo e consumo de álcool também influenciam nas bactérias comensais intestinais, na presença de patógenos e na enterite crônica, enquanto poucos casos são exclusivamente hereditários.
Estudos científicos têm mostrado que substituir ou alterar especificamente a microbiota intestinal influencia a incidência e progressão do câncer colorretal. Por isso, é tão importante estabelecer hábitos alimentares e estilos de vida saudáveis, uma vez que eles impactam diretamente na microbiota intestinal e, portanto, no sistema imunológico.
Segundo a Dra Pâmela Mancha Agresti, Doutora em Genética de Microrganismos, “essa competição entre as bactérias benéficas e as patogênicas pelos locais de ligação epiteliais do cólon reequilibra a microbiota intestinal, restaura a expressão da proteína da junção estreita das células do cólon e regula os fatores inflamatórios” , afirma. Ela ainda ressalta que os Lactobacillus são componentes importantes da microbiota intestinal e geralmente são usados como probióticos. Assim, a suplementação prévia com eles reduziu a incidência de tumores de cólon. Em breve, o Núcleo de Pesquisa da instituição, em parceria com a Professora Dra Mariana Drumond, do CEFET – MG, irá desenvolver uma linha de estudo da associação de probióticos e câncer colorretal.
Novas parcerias e pesquisas para diagnóstico do câncer colorretal
O Instituto Mário Penna, em parceria com o grupo de pesquisa da Startup OncoTag, o programa de mestrado da Faculdade Ciências Médicas e a Fundação Hospitalar São Francisco de Assis estão desenvolvendo pesquisas para superar outro desafio no cuidado dos pacientes com câncer colorretal: a avaliação do prognóstico.
Embora alguns aspectos da biologia molecular da doença sejam conhecidos, até o momento, não há marcador molecular de diagnóstico para triagem e predição do câncer colorretal. Atualmente, a pesquisa por sangue oculto nas fezes e colonoscopia são os únicos métodos disponíveis para o diagnóstico precoce do tumor.
Estudos recentes vêm demonstrando que as características dessa neoplasia estão relacionadas à localização topográfica desse tipo de câncer: pacientes com câncer de cólon direito são pessoas mais velhas, principalmente do sexo feminino, e com lesões mais avançadas no diagnóstico. Em contrapartida, os cânceres do cólon esquerdo são mais uniformes e exibem alterações cromossômicas mais relevantes. Apenas 2% dos tumores
malignos no cólon esquerdo apresentam instabilidade genômica e a maioria dos pacientes afetados com câncer colorretal no cólon esquerdo tem melhor resposta ao tratamento, menor risco de eventos metastáticos e maiores chances de sobrevida.
Dra. Letícia Braga, coordenadora do Laboratório de Pesquisa Translacional em Oncologia e líder da pesquisa, reforça o objetivo das pesquisas. “Queremos descobrir um perfil de mutações gênicas que possa ser associado aos tumores de acordo com localização topográfica (direita ou esquerda) do câncer e definir alvos moleculares candidatos à avaliação do desfecho clínico desta doença” , afirma.
A colaboração científica é uma ferramenta produtiva na pesquisa translacional. Assim tem sido o trabalho desenvolvido pelo Mário Penna, junto ao Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN). No câncer colorretal, a dosagem do marcador tumoral denominado antígeno carcinoembrionário (CEA) é considerada o padrão-ouro para monitorar pacientes com tumor colorretal após cirurgias ou para medir a resposta à terapia ou mesmo se a doença é recorrente. Atualmente, a dosagem laboratorial de CEA é realizada pelo ensaio imunoenzimático ELISA, usando amostras de sangue do paciente. No entanto, esse método não possui sensibilidade para detectar níveis mais baixos de CEA encontrados em pacientes nos estágios iniciais do câncer.
Neste contexto, o grupo de pesquisa do Laboratório de Química de Nanoestruturas de Carbono do CDTN, liderado pela Dra. Clascidia Furtado, junto aos pesquisadores e médicos do Mário Penna, estão trabalhando na validação da capacidade diagnóstica de biossensores baseados em grafeno e óxido de grafeno. Como diferencial, esses biossensores buscam detectar o CEA em amostras de sangue e urina, através de um método sensível, minimamente invasivo. A pesquisa pretende obter uma ferramenta promissora para o diagnóstico precoce da doença e acompanhamento do seu prognóstico.
Ainda segundo a Dra Clascidia, os biossensores construídos no CDTN já vêm sendo avaliados em laboratório, com bons resultados. “Os níveis de CEA serão dosados em amostras de pacientes com câncer colorretal e comparados aos de pacientes saudáveis. Esse novo método diagnóstico, menos invasivo e de relativo baixo custo, obtido a partir de insumos totalmente nacionais, poderá ser usado em exames de rotina e rastreio, auxiliando, junto à colonoscopia, na detecção precoce da doença.” finaliza
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