O Instituto Nacional de Câncer (INCA) aponta que, para cada ano do triênio, de 2023 a 2025, o número de casos novos de Câncer de Pele não Melanoma (CPNM) estimado é de 220.490. A incidência é menor em homens, com maior ocorrência nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Já entre as mulheres, é prevalente em todas as regiões do país. Quanto ao câncer de pele melanoma, o número de casos novos estimados é de 8.980, sendo 4.640 em homens e 4.340 em mulheres. Na região Sul, o câncer de pele melanoma é mais incidente quando comparado com as demais regiões, para ambos os sexos.
Os principais fatores de risco são a exposição à luz ultravioleta (UV); exposição a determinados produtos químicos, como o arsênico; inflamação ou lesão cutânea grave ou prolongada – como queimaduras. A idade também pode ser considerada um fator de risco. Qualquer pessoa pode ter câncer de pele, mas pessoas com pele clara correm um risco muito maior do que pessoas com pele escura. Entretanto, as pessoas de pele negra tendem a desenvolver um tipo mais agressivo chamado melanoma acral, frequentemente encontrado nas extremidades do corpo, como mãos e pés.
Dentre esses fatores, a exposição à radiação ultravioleta é, incontestavelmente, um dos mais significativos para esta doença, e isso ganha maiores dimensões em um país tropical como o Brasil. A luz solar representa a principal fonte de raios UV, que têm a capacidade de danificar o DNA das células da pele, desencadeando o desenvolvimento de cânceres quando afetam genes reguladores da proliferação celular, por exemplo.
Examinar a pele regularmente pode ser a chave para identificar precocemente os sinais de câncer de pele. Realizar um autoexame constante permite observar possíveis mudanças na forma e tamanho de nódulos, placas, manchas ou pintas já existentes; além de possibilitar a identificação de novas lesões na pele. Ao buscar auxílio médico, quando esses sinais surgem, há a possibilidade de diagnóstico em estágio inicial o que amplia as perspectivas de tratamento eficaz.
Formas de tratamento: rumo à precisão e eficácia
Imunoterapia: potencializa respostas imunológicas específicas, exemplificada pelo uso de inibidores de checkpoint como pembrolizumabe e nivolumabe, tem revolucionado o tratamento do câncer de pele. Esses agentes atuam bloqueando os mecanismos que inibem as respostas imunes, permitindo que o sistema imunológico identifique e ataque as células cancerígenas específicas, resultando em respostas duradouras e significativas em pacientes com melanoma avançado.
Terapias Direcionadas: alterações moleculares, como vemurafenibe e dabrafenibe, são direcionadas a mutações específicas, como a BRAF V600E. Ao atingir essas alterações genéticas específicas encontradas em certos tipos de melanoma, esses medicamentos têm mostrado eficácia em controlar o crescimento do tumor.
Cirurgia Micrográfica de Mohs: essa técnica cirúrgica é um procedimento altamente preciso, que remove seletivamente camadas de tecido tumoral, permitindo a preservação máxima de tecido saudável ao redor, sendo especialmente eficaz em carcinomas basocelulares ou espinocelulares localizados em áreas nobres.
Estratégias de Combinação: a utilização simultânea ou sequencial de diferentes modalidades terapêuticas, como a combinação de imunoterapia com terapias direcionadas ou a integração de cirurgia com terapias adjuvantes, tem se mostrado promissora em aumentar respostas clínicas e reduzir chances de recorrência, ampliando o espectro de controle sobre a doença.
Fonte: Dra. Izabela Ferreira Gontijo de Amorim | PhD em Patologia experimental, Pesquisadora Núcleo de Ensino, Pesquisa e Inovação do Mário Penna